O exame da ordem na Califórnia virou notícia — e não foi por um bom motivo.
A State Bar of California é o órgão que regula a profissão de advogado no estado. Uma das funções dela é aplicar o bar exam, uma prova superimportante que quem quer advogar precisa passar pra conseguir a licença. Sem essa aprovação, não dá pra atuar como advogado oficialmente.
Agora, o que aconteceu em fevereiro foi um desastre: o novo modelo de prova, que era totalmente online, foi cheio de falhas técnicas. A plataforma de testes caiu antes mesmo de muitos candidatos conseguirem começar. Quem conseguiu entrar enfrentou travamentos, mensagens de erro, dificuldades pra salvar respostas e até problemas básicos como copiar e colar o texto. Um caos total.
E, como se não bastasse, nesta semana a State Bar revelou outro detalhe que deixou a situação ainda mais feia: parte das questões de múltipla escolha foi desenvolvida com a ajuda de inteligência artificial. Isso mesmo — 23 das 171 questões que contavam pontos foram criadas usando IA, com apoio da consultoria ACS Ventures. Já a maior parte das perguntas veio de fontes tradicionais, como a Kaplan e provas antigas de estudantes de primeiro ano de Direito.
A revelação gerou indignação entre professores e especialistas.
Por causa de toda essa bagunça, a State Bar vai pedir à Suprema Corte da Califórnia que ajuste as notas dos candidatos — uma tentativa de corrigir, pelo menos um pouco, o estrago.
Ou seja: além dos bugs técnicos, agora veio à tona que nem todo o conteúdo foi criado da forma que se esperava de uma prova tão importante. A confiança no processo ficou ainda mais abalada.